10.18.2009

E começa a temporada no bar.


Marginal é quem escreve à margem,
deixando branca a página
para que a paisagem passe
e deixe tudo claro à sua passagem.

Marginal, escrever na entrelinha,
sem nunca saber direito
quem veio primeiro,
o ovo ou a galinha.

Marginal é quem escreve à margem - Paulo Leminski


Começamos a temporada de Clichê Maldito no Boteco São Matheus.
Estaremos lá todas as quartas até o final de novembro, sempre às 22 h.
Ingressos R$ 5,00

Informações: 9184.6772

Apoio:

Só Flores, Coisa de Preto e Maralux.

Arte: Diego Algaranhar

Não existe gente; gente como a gente de TEATRO!

Foto: Samara Fragoso.

A estréia do novo espetáculo Clichê Maldito, no Teatro da Paz abrindo o show do Paulinho Moska, foi muito mais do que uma estréia; foi um parto. Enfim, uma analogia clichê para um espetáculo “Clichê”.

Tivemos alguns problemas técnicos; não passamos som por conta do atraso da passagem do Moska. O público, impaciente pela espera, teve de ser liberado para entrar na sala de espetáculos com ele ainda no palco passando o som. Ele pediu desculpas e deu um baile público na produção do evento. Enfim, não sabemos direito o que aconteceu, estávamos em nosso camarim esperando humildemente nos chamarem pra passagem. Cagada instalada, público já na casa, fecha cortina e dane-se o Verbus! Tive que ter muita paciência e diplomacia; negociar uma rápida passagem de som pelo menos do Felipe e do Armandinho, o que acabou acontecendo graças ao Dako (valeu Dako, muito obrigado); insistir, e muito, que pelo menos uma parte do material do Moska (pedaleiras e retornos) fossem no mínimo reposicionados, por conta da nossa marcação cênica já previamente negociada com todos. Mas devido ao atraso e a problemas técnicos, nada podia sequer ser “tocado” por conta de possíveis alterações no som, ou seja, tivemos que adaptar nossa movimentação cinco minutos antes de entrar em cena. Depois foram os microfones, tínhamos acertado que todos entrariam em cena com microfones sem fio, o que também não aconteceu por que não deu tempo de plugar e testar os mesmos, enfim, vai na garganta mesmo. Ainda bem que a acústica do da Paz é excelente. E só pra completar, o cd player que levamos, porque o teatro, pasmem, não disponibiliza o seu, não rodou nossa trilha. Aqui uma falha nossa, que não testamos antes.

É queridos, depois de todas essas cagadas, o resultado “clichê” seria que o espetáculo fosse uma merda. Mas como diz o título deste post, não há gente como a gente de TEATRO. E nisso agradeço, emocionado, a TODOS do grupo. Foi graças a eles, e a mim também claro, rsrs, que tudo deu certo e no final fomos ovacionados por uma platéia no mínimo surpresa com o grupo.

Muito obrigado Raquel Leão, Luiza Braga, Ana Nunes, Gláfira Lobo, Felipe Cordeiro e Armando Mendonça pela garra; pela coragem de enfrentar o desafio, e por se “atirarem de olhos fechados” junto comigo no “abismo”. E Adelaide Teixeira, que apesar de infelizmente não estar em cena, foi importantíssima para que tudo desse certo. Dividir e superar esse momento com vocês foi inesquecível. Não poderia querer outros em cena comigo, depois da partida de Thales, Landa e Stéfano.

Muito obrigado também Dário Jaime e Fabrício Souza, que ralaram o dia inteiro no cenário e na iluminação do espetáculo, respectivamente. Dário, que também operaria nossa sonoplastia, foi sensacional na hora do espetáculo, reproduzindo alguns sons com a própria voz, rsrs.

Obrigado também, Márcia Braga pela confecção do figurino, Gilson Belucio pela contra-regragem, Alan Soares e Samara Fragoso pelas milhões de fotos, rsrs. Equipe do Teatro da Paz: Lílian (a melhor, como sempre), Nonato, Ribamar, Sérgio, Paulinho, Kléber, Jeremias, Leila, Conceição, Carmélia, Ana e todos os outros que esqueci os nomes agora. Vocês fazem deste teatro um lugar mais do que especial.

Obrigado Gibson Massoud e Jorge pelo convite para participar do evento.

E muito, muito obrigado:
Escola de Teatro e Dança da UFPa, Galeria de Arte Graça Landeira, Cantina Italiana, Boteco São Matheus, Salão Coisa de Preto, Carol Gama, Cássio Tavernard, Adriano Barroso, Conceição Vera Cruz, Armando e Ivanilda Mendonça, Riex Braga, Rodolfo Braga, Tati Brito, Alexandre Baena, Emanuel Jr, Lauro Mattos, e todos que acompanham e acreditam no trabalho do Verbus.

Agora é começar a temporada no bar.

Poesia sempre!

Carlos Vera Cruz


Novo espetáculo, novas caras

Foto: Samara Fragoso

Seis meses depois da última temporada, e após a partida de 3 integrantes, Landa de Mendonça, Stéfano Paixão e Thales Branche, que foram desenvolver projetos em outros estados, o Grupo Verbus – A poesia se fez carne, agora, somente com Armando Mendonça, Carlos Vera Cruz e Felipe Cordeiro, convida cinco artistas paraenses, Ana Nunes, Luiza Braga, Adelaide Teixeira, Raquel Leão e Gláfira Lobo, para integrarem seu novo espetáculo: Clichê Maldito.















Foto: Alan Soares

Clichê Maldito personifica a poesia maldita e a poesia marginal. Com obras que vão desde Rimbaud, Artaud e Baudelaire, passando por Augusto dos Anjos, Ferreira Goulart, Paulo Leminsk, Caio Fernando Abreu, até chegar à poesia urbana de Belém, com Pedro Viana, Dand M. e Edyr Augusto Proença, dentre outros autores.

Dessa vez, Verbus não se limita somente à poesia, ampliando o leque de possibilidades dramatúrgicas a trechos de contos, romances e até mesmo peças, como no caso de Hamlet de Shakespeare. Sempre embalados pela música.

Outro diferencial de Clichê Maldito é o repertório. O grupo procurou não só selecionar o que há de maldito dentro da música popular brasileira, mas também resignificar músicas nas quais identificava temática ou atitude maldita. Para Verbus, Asa Branca, do imortal Luiz Gonzaga, também pode ser maldita.

Divido em blocos, o espetáculo traz à tona temas como o Existencialismo, Revolta e Luta, Sexo e Fazer Marginal. No entanto, o espetáculo não deixa de cantar a vida e a poesia em momento algum, como é característica do Verbus. O próprio uso da palavra “clichê” no título já desmistifica a concepção do sombrio nessa montagem, que não se prende a figurinos e interpretações nebulosas, o que corriqueiramente é associado a esse tipo de poesia. Nesse espetáculo, o Maldito e o Marginal estarão personificados na poesia, na música, no que se é falado e cantado, e não em estereótipos.


Foto: Samara Fragoso.

Com direção musical de Felipe Cordeiro e direção cênica de Carlos Vera Cruz, Verbus – Clichê Maldito fez sua estréia dia 09 de outubro, no Teatro da Paz, abrindo o show do cantor e compositor Paulinho Moska.